QUEM SOU EU

Minha foto
Praia Grande, São Paulo, Brazil
Meu nome é Wilian Esteves. Os amigos me chamam de Willy. Trabalho na Secretaria de Saúde de Praia Grande - SP, recém promovido a Chefe de Seção. Estou lá a sete anos e meio, seis dos quais trabalhando dentro da secretaria. Sou muito bom com informática, sobretudo em excel e office em geral. No entanto, à noite eu desenvolvo outra atividade: entrego pizzas em minha cidade. É essa segunda atividade o alvo deste blog. Espero que quem se arriscar a ler goste do conteúdo. Tentarei atualizar o blog o máximo que eu puder, sempre após o trabalho na pizzaria.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!!!

E lá se vai 2011...
  
Mais um ano vai terminando. Um ano, para mim, sensacional. Em 2011 fui promovido em meu trabalho na Prefeitura, criei um blog, fui jurado no fórum, compus canções e, o que é melhor, fui menos vezes trabalhar na pizzaria do que usualmente o faria. Só essa última parte já faz valer a pena. As pessoas acham que entregar pizzas é um trabalho moleza de ser feito. Quem lê este blog sabe que isso não é verdade. É uma grana boa, é verdade, mas muitos neurônios se perdem durante o processo devido ao stress. Acho que nesses 10 anos que faço isso já perdi mais neurônios que um maconheiro em 20...
Mas está tudo bem. Ossos do ofício. O importante é que, neste 2011 não sofri nenhum acidente, não tive nenhum problema mecânico grave em minha moto e estou aqui, são e salvo para continuar contando aos amigos as agruras pelas quais um motoboy passa em seu dia-a-dia.
  
Motoboy é uma profissão muito pouco valorizada. Normalmente são vistos como párias pela sociedade, que se esquece de que se tratam de pessoas com família, com dependentes e que precisam fazer cada vez mais em menos tempo, mantendo a adrenalina no limite, pois dela dependem seus reflexos e isso apenas porque recebem por produção. Quem entrega mais, ganha mais. Simples assim.
  
Também é uma profissão de certa forma maldita. Não consigo me lembrar agora de uma outra profissão na qual se seu parceiro se dá mal, sofrendo um tombo ou tendo um outro problema qualquer você se dá bem. Afinal, um motoboy a menos na empresa significa mais entregas. Por mais absurdo que isso soe, é a verdade e não consigo deixar de me sentir um cretino sempre que me lembro disso... 
Por outro lado, a categoria é muito unida. Basta ouvir as histórias que relatam centenas de motoboys em São Paulo cercando um carro que derrubou, acidentalmente, um companheiro de profissão. Quase sempre com muita truculência e exagero por parte dos motoboys. Também somos vistos como pessoas semi analfabetas, que conversam através de um dialeto próprio, repleto de palavras e expressões como "mano", "é nóis", "já é" etc. Isso é culpa nossa, já que a esmagadora maioria vem das periferias e acabam por se comunicar dessa forma que, confesso, é bizarra pra quem não está habituado. Espero que um dia, com a melhora da educação no Brasil, isso mude e passemos a ser um pouco mais respeitados. 
Mas vamos à última noite de entregas, já que é disso que este blog trata. Pois bem... Foi a mesma decepção de todos os anos. Cidade transbordando turistas, telefones ocupados praticamente o tempo todo mas 4 motoboy em uma noite que seria perfeita para somente três. O resultado foram 18 entregas em uma noite na qual se esperavam mais de 25. Nenhum itinerário (sair com duas ou mais entregas de uma vez) e duas entregas longe. Uma na Menina Godzilla e uma no JP. Já falei deles aqui a um tempo atrás. O resto foram entregas por perto e, tirando a demora que as pessoas estão tendo pra conseguir sair de seus apartamentos (os prédios estão lotados) e pegar a pizza, não houve nenhum problema.
Ao sair da pizzaria e ir pra casa, tive a idéia de passar no mercado, que nesta época fica aberto 24h, e comprar umas cervejas. Mas ao passar pela porta, à 0:15h, olhei pra dentro e a fila do caixa se perdia até onde a vista alcançava. Abortei a missão e fui direto pra casa. 
Um grande abraço a você, que acompanha estas mal escritas e meus mais sinceros votos de muita felicidade. Vou me despedindo por aqui, desejando que seu 2012 seja melhor que seu 2011 e pior que seu 2013.
Como de praxe, deixo o Jackson Five e mais uma de suas aventuras pelas ruas de São Paulo.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Está Acabando...

Olá, blogueiros!

Está se acabando mais um ano. Este é meu penúltimo post de 2011 e, por isso, abrirei uma exceção e falarei de um tema diferente, além da minha noite de hoje.

Primeiro, vamos às entregas, como sempre. Foram 16. Um bom número, considerando que estávamos em três motos esta noite. O Sistema Anchieta-Imigrantes (seria o contrário?) continua despejando carros na cidade e o colapso viário está próximo e com data marcada: 31/12/2011. A Av. Pres. Castelo Branco já está intransitável e a Av. Pres. Kennedy está perto disso. Antes que os críticos de plantão saiam acusando a Prefeitura, já aviso que cidade nenhuma neste planeta com 260.000 habitantes possui estrutura em qualquer área que seja para comportar 1.500.000 almas em seu território. Por isso, dada essa quantidade de pessoas, até que a coisa não está tão ruim.

Tive muita sorte esta noite. Quase todas as minhas entregas foram por perto, com direito a uma ida ao Tude Bastos e uma ao Forte. Todas as demais ficaram restritas entre o Boqueirão e a Guilhermina. Não encontrei nenhuma "celebridade" esta noite. Foram R$ 11,00 de gorjetas e isso é um bom número. Existe um cálculo desenvolvido pelo Massachussets Institute of Technology, o MIT, que diz que se o número de entregas for igual ao valor em reais de gorjetas a noite foi excelente. Quando ultrapassa a marca de dois terços é uma noite boa. Um terço, é satisfatório. Menos que isso, foi ruim.

A novidade da semana foi a festa de confraternização da Secretaria de Saúde. Foi um evento grandioso, no Ocian Praia Clube, com comida e bebida em abundância. Houve também apresentações musicais e pude realizar um antigo sonho, de cantar em público uma composição minha (é, também me atrevo a fazer isso). Qualquer dia desses eu publico aqui alguma música minha para avaliação dos amigos que acompanham este blog. Normalmente não falo do meu trabalho na SESAP aqui, mas um evento como esse merece uma exceção. Parabéns, ao Prefeito Roberto Francisco, ao Secretário de Saúde Dr. Adriano Springmann Bechara e ao pessoal da Secretaria de Saúde que ajudou a organizar o evento. Meus agradecimentos ao Jocemar, que me ajudou a tornar minha apresentação possível, ao Xuxo que, no improviso, fez o acompanhamento com maestria de gênio, e à Keilla, que se apresentou conosco cantando Kid Abelha. Do fundo do coração, sou muito grato a esses três.

Bem, pessoal, vou ficando por aqui porque vou assistir House M.D.. Baixei 7 temporadas e quero terminar a primeira ainda este ano. Um grande abraço e Fique com Jackson Five.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal!!!

Olá a todos!

Estamos às vésperas do Natal. Uma época de paz, harmonia e fraternidade entre as pessoas. Mas também um tempo de reflexão, onde deveríamos olhar pra dentro de nós mesmos e ver aquilo que temos feito, como estamos agindo e os resultados que nossas ações provocam. Sou uma pessoa que acredita nas intenções, apesar de um dito popular que diz que "de boas intenções o inferno está cheio". Creio que seja melhor uma ação realizada com boas intenções causar algum mal do que algo feito com o intuito de se prejudicar alguém acabar tendo o efeito oposto. Acho que Deus avalia (ou deveria avaliar) assim.

Mas vamos à noite de entregas. Foi uma noite tranquila esta sexta-feira. Fiz apenas 10 entregas, é verdade, mas estávamos em quatro motoboys. Não houve nenhuma novidade na noite, exceto por um caminhão de feira ter entrado na contramão na Rua Fumyo Miazi no momento em que eu estava voltando de uma entrega. Por um metro eu não fiquei grudado na grade do caminhão como uma mariposa. Mas, de resto a noite foi boa, afinal.

A "celebridade" da noite é o Betinho. Pra quem não o conhece, ele é o Sub-Secretário de Educação. É um cara inteligentíssimo e possui um bom trânsito com todos os servidores. Pudemos trabalhar juntos em um projeto uma vez e lá tive uma amostra de sua capacidade e habilidade de transformar um "balaio de gatos" em algo funcional. Entreguei uma pizza pra ele em seu prédio e é sempre um prazer trocar palavras com alguém de alto nível intelectual. Estou um pouco cansado de ver tanta gente estúpida, sobretudo por eu ter uma certa intolerância à burrice alheia. Mas fazer o que? Só torcer para que o Betinho e a Secretária de Educação salvem as gerações futuras através de um bom trabalho à frente da SEDUC. Hehe.

Mas me despeço, desejando a todos um ótimo natal e deixo aqui mais um episódio do Jackson Five. Até domingo!


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Começou...

Bom dia, amigo blogueiro!

Começou o inferno em Praia Grande. As ruas já estão perto do seu limite de tráfego e o calor está amolecendo o asfalto. Daqui para a frente, serão 45 dias de calor, turistas e muito trabalho na pizzaria, o que não necessariamente reverterá em mais ganhos para os motoboys. Isso porque o que aumentam são as dificuldades em fazer as entregas e as distâncias também. Muito turista acha que Tupi e Boqueirão são bairros vizinhos, o que nos dá uma canseira absurda. Sem contar o Show do Verão. Pra quem não conhece, a prefeitura monta um palco na praia onde artistas pseudo-famosos se apresentam para públicos acima de 100.000 pessoas. É uma boa porque incrementa o turismo, mas a seleção de artistas nunca foi como a primeira, onde até o Jimmy Cliff se apresentou por aqui. Hoje é um bando de pagodeiros, funkeiros e axezeiros (se a palavra não existe, acabo de inventar). O local escolhido pro palco também não poderia ser pior: Campo de Aviação. É uma pista de pouso desativada que dá nome ao bairro Aviação. Aí o palco é montado na praia, um parque de diversões é montado no gramado próximo à avenida da praia, já na área do Campo de Aviação e, no lado próximo à Av. Pres. Kennedy, um circo. Nos dias de shows a Secretaria de Trânsito interdita a Av. Pres. Castelo Branco e, como o Campo de Aviação ocupa toda a área até a Av. Pres. Kennedy, não existe uma rota de fuga. Isso afunila todo o trânsito para a Av. Pres. Kennedy, já saturada pelos carros que já vêm por ela, criando um efeito cascata que paraliza todo o trânsito da cidade desde a Av. Pres. Costa e Silva até o bairro Aviação. Mas parece que só entregador de pizza vê isso...

Mas vamos às entregas de hoje. Foram 19, com poucas gorjetas. O duro é que acabou minha moleza de sair mais cedo. Agora, não há mais como sair antes de 0:00h. Pra quem entra no trabalho no outro dia às 7:00h isso será um mega problema, que ainda não sei como resolver. Acho que terei que trabalhar menos na pizzaria durante a temporada. Talvez em dias alternados, mas ainda não sei. Não houve intercorrências esta noite, exceto na hora de abrir. O patrão disse que os pizzaiolos e a telefonista estavam hoje esperando ele chegar pra abrir a pizzaria e um carro de polícia parou e seus ocupantes os revistaram e perguntaram se usavam drogas, se estavam armados etc (como se alguém fosse responder pra polícia que usa drogas). Quando o patrão chegou, até pesquisando os R.G.s deles um dos policiais estava, pra ver se tinham passagens pela polícia e essa coisa toda de Polícia 24h. Finalizado o constrangimento, todos puderam assumir seus postos pra mais uma longa noite de ralação.

Mas é isso aí, pessoal. Grande abraço e ouça o episódio número 7 de Jackson Five, o motoboy.


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

É Verão!!!

Salve, salve!!!

Chegou o verão. E com ele, o calor e os turistas. Isso transforma Praia Grande num inferno durante praticamente dois longuíssimos meses. A população, de 260.000 habitantes, passa a ter picos de até 1.500.000. Naturalmente que a estrutura instalada aqui não foi feita pra isso. Nem tem como, apesar de muitos turistas achar que, "por nos sustentar", deveríamos estar preparados para atender com conforto suíço toda essa gente que o Sistema Anchieta-Imigrantes vomita na cidade. Por enquanto, o movimento ainda não está absurdo como se espera para os próximos dias. Mas já dá pra se perceber o aumento no número de veículos rodando pelas ruas.

Mas vamos à noite. Trabalhei hoje com o Ney, motoboy novo lá e que foi trazido pelo Juninho Bill, seu cunhado. É um cara bacana e gosta de bater papo. Damos muitas risadas com ele nos dias em que está lá. Também é meu substituto oficial e fica no meu lugar às quartas-feiras, quando não posso estar na pizzaria devido a outros compromissos. Combinamos que ele irá me substituir nos próximos dois domingos também. Ficamos batendo papo até 19:00h, quando fiz minha primeira entrega. Depois, até 20:00h, quando foi a vez dele sair. A coisa começou a engrenar só depois disso.

Estava tudo indo bem, até que, numa entrega no Tude Bastos, foi solicitada a maquininha de cartões, essa praga que inventaram pra atrasar quem vive de entregas. A cliente, ao pagar, deu parte em dinheiro e R$ 22,00 divididos em dois cartões diferentes. Parecia um presságio do que estaria por vir...

Mais tarde, tive o desprazer de entregar novamente naquele endereço do último post. Aquele do bairro Guilhermina onde a cliente pede pra buzinar achando que vai ouvir do sétimo andar. Dessa vez, ela pediu pra acelerar a moto. Claro! Se ela não ouve a buzina, naturalmente um motor acelerando ela vai ouvir. Afinal, motores 125cc fazem tanto barulho quanto um ônibus espacial decolando... O patrão telefonou pra cliente antes mesmo de eu sair e ela, do alto de sua sapiência, olhou pela janela e respondeu: "Mas ele ainda não chegou...". Ele respondeu que eu já estava a caminho e que se ela descesse naquele momento ainda assim eu chegaria antes dela na porta do prédio, o que de fato aconteceu e eu ainda esperei por três minutos até alguém fazer o hercúleo esforço de aparecer pra receber a encomenda. Parece pouco, mas é mais do que eu levo no trajeto entre a pizzaria e esse endereço.

Pra variar, as entregas acabaram se acumulando e eram mais de 23:00 quando surge uma comanda com este nome de rua pra fazer a entrega:


Tente adivinhar que rua é essa. Se você respondeu Guadalajara, errou. Isso aí em cima é (ou pelo menos a intenção era que fosse) Guanabara. Se servir de consolo, meu amigo leitor, eu também errei e fui à rua Guadalajara, que começa na Guilhermina e vai até a Tupi, acabando e recomeçando várias vezes nesse trajeto. Peguei ela do começo e, não encontrando a numeração que estava no pedido, liguei na pizzaria pedindo ajuda pra encontrar a casa do cliente. Após alguns minutos, durante os quais eu percorri a rua até quase a Aviação, com direito a um "bunda lelê" de um travesti que achou que eu estava ali procurando seus serviços, o patrão me ligou de volta corrigindo o endereço. E lá fui eu, rumo ao Boqueirão, entregar a pizza no lugar correto.

A celebridade da noite é o Ítalo Marciano. Eu o encontrei enquanto esperava um cliente descer de um prédio na Guilhermina. Ítalo é um cara especial. Tem sempre uma piada nova e sempre damos muitas risadas juntos. É uma figuraça! é supervisor da USAFA Vila Alice e o considero um grande amigo. Um verdadeiro irmão! Competente e inteligente, dá um duro danado pela Secretaria de Saúde. Tem dois irmãos, tão competentes quanto ele, Ismael e Itamar (seu irmão gêmeo). Os três são amigos formidáveis e já tive o prazer de trabalhar com todos.

Mas é isso, pessoal. Fico por aqui, deixando o sexto episódio de Jackson Five pra vocês darem umas risadas (como se meus dissabores pelas ruas já não fossem cômicos o suficiente). Um abraço!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Vai, Santos!!!

Opa!!! Mas você não é sãopaulino, Willy???

Claro que sou! E não deixarei jamais de ser. No entanto, tenho uma simpatia especial pelo Santos F.C. e, amanhã pela manhã, esse time irá enfrentar o todo poderoso Barcelona de Messi e cia. Por isso, nesse domingo irei acordar cedo e torcer pelo Santos como se eu fosse santista. E também nós, tricolores, não podemos nos esquecer que o Muricy estará lá representando nossa massa de torcedores já habituados com o torneio em disputa.


Mas este blog não é pra tratar de futebol. Vamos às pizzas. Esta noite foi boa de entregas. Não pra um sábado, mas foi boa. Foram 20 no total. Pelo menos não fiz nenhuma entrega longe. Fui duas vezes ao Forte e fiz um itinerário no Glória. Esse bairro é um caso à parte. Não é tão longe, mas tem tanta gente pela rua que até parece uma locação de "The Walking Dead". Sempre que passo por ali agradeço a Deus por não atropelar nenhuma das crianças corrento feito loucas pelas ruas.

A raiva da noite ocorreu por volta de 22:00h, quando fui fazer uma entrega na Guilhermina, num cliente que mora no sétimo andar e seu interfone não funciona a meses. Toda vez é a mesma coisa. Na comanda vem escrito "buzinar". Sabendo que do sétimo andar ninguém vai escutar uma buzina de moto a menos que esteja na sacada (o que torna o próprio ato de buzinar inútil por si só), sempre que vou pra lá peço pra telefonar avisando que estou indo, de tal sorte que eu chegue mais ou menos junto do cliente na portaria do prédio. Pois hoje foi diferente. Ao chegar, buzinei (vai que alguém escuta...), toquei o interfone e esperei. Passados uns três minutos, tentei telefonar a cobrar pro cliente e atenderam logo no primeiro toque. Mas após esperar a musiquinha de ligação a cobrar, bem no momento em que iria dizer "alô", desligaram. Como eu poderia imaginar que alguém cujo interfone não funciona a meses iria atender uma ligação a cobrar? Fui ingênuo, confesso. Liguei na pizzaria e, após perguntar se haviam ligado lá como eu pedi no momento de sair rumo à entrega, me disseram que sim. Quando eu já ia desligando, recebi o resto da informação: "mas ninguém atendeu...". Pedi pra ligarem de novo e, após 8 minutos de espera no total, apareceu uma senhora cara de pau com o celular na mão, no viva voz, onde um cara falava algo sobre abrir uma caixinha ou algo assim. Entreguei a pizza e disse a ela que melhor do que pedir pra buzinar, que ela peça pra telefonarem, já que ela nunca ouviu a buzina mesmo. Ela me disse que na "semana que vem" o interfone seria consertado. Eu apenas dei risada e disse que muitas semanas ainda virão e que, dependendo em qual delas o interfone for consertado, melhor que ela se lembre de pedir pra telefonarem (e que atenda ao telefone também).

Pouco depois, fui com duas entregas para o Forte. Ao chegar na primeira delas, fui interfonar, mas tive receio de incomodar os dois vigias do prédio, na foto abaixo:


O interfone é aquela caixinha de alumínio sobre o vigia da esquerda. Mesmo assim acabei interfonando, interrompendo o sono do vigia da direita pra poder ter onde pisar. O outro nem se mexeu. Na verdade tenho minhas dúvidas se ele estava vivo... A cliente perguntou se eu subiria e eu disse que interfonar já havia sido um grande feito e que não havia possibilidade de subir. Ela desceu e acabou entendendo o que eu disse.

De resto, foram só entregas por perto e R$ 10,00 de gorjetas. Nada mal.

Como celebridades da noite destaco duas pessoas. Uma delas é o Rodrigo, conhecido anos atrás como "Nariz". Não preciso dizer o porquê. Era da turma que jogava futebol na praia conosco e adorava tirar sarro de todo mundo. Estava em companhia de seu pai, o Sr. Cícero, retirando uma pizza no balcão. O Sr. Cícero é um sujeito boa praça que sempre bate um papo e que amanhã cedo estará torcendo pelo seu Santos. Acho que ele não chegou a ver o bicampeonato dos tempos de Pelé, mas não sei sua idade e, por isso, não tenho certeza. A outra "celebridade" é um sujeito que veio me perguntar se a Dafra é uma boa moto e conversamos algum tempo a esse respeito. Ele era bispo da igreja de mórmons da Guilhermina, onde passei uma boa parte de minha pré-adolescência jogando futebol às quartas feiras, durante a noite. Reconheci ele e recordamos dessa época. Ele até me convidou a ir lá jogar um futebol novamente. Agradecido, recusei. Mas a oferta é, realmente, tentadora...

Vou ficando por aqui. Um grande abraço a todos e boa sorte aos santistas pela manhã. Segue a quinta historinha do Jackson Five:



sábado, 10 de dezembro de 2011

Sexta de Stress

Saudações, blogueiro!

Como o título acima sugere, esta foi uma noite amaldiçoada. Tudo cortesia de um cretino do Tude Bastos. O camarada pediu uma pizza, eu fui levar. Até aí, tudo conforme o planejado. Ao encostar a moto em frente ao endereço do sujeito, fiz o procedimento padrão. Buzinei e esperei. A casa do cara é um capítulo à parte. Não possui uma maldita porta!? É um "puxadinho" sobre outra casa, sem portão e somente com uma escada de acesso, sem porta. Lá em cima, duas pequenas lajes que provavelmente foram projetadas por Oscar Niemeyer pra serem sacadas. Mas não havia uma grade, muro ou nada que possa impedir uma criança retardada de mergulhar pro infinito e além de lá de cima. Após esperar algum tempo sem que alguém desse sinal de vida, tentei telefonar pro cliente (agora ex), mas seu telefone é daqueles que não aceitam ligações à cobrar. então liguei na pizzaria e pedi que telefonassem perguntando se o cara ainda iria querer sua pizza (naquele momento, mais pra sorvete de queijo do que pra pizza). Da rua ouvi o telefone tocar duas vezes e parar. Deduzi, naturalmente, que alguém atendeu. Aguardei mais algum tempo e dei mais uma buzinada. Nada! Liguei novamente na pizzaria e me disseram que a mulher do lazarento, a Sra. Lazarenta, havia atendido ao telefone e dito que já estava descendo pra receber a entrega. Pelo tempo que eu estava ali, só se estivesse descendo de Marte. Então ouvi o telefone deles tocando novamente, dessa vez até a exaustão (foram abduzidos?). dei mais uma buzinada, contei até dez e, quando estava pra ir embora, encostou um carro com uma família dentro e todos desceram e subiram. Chamei o cara que estava dirigindo o carro e perguntei se ele era o Sr. Lazarento. Ele me disse que não e perguntou se eu havia chamado. Enfim, desisiti e fui embora. Ah! Não mencionei que nesse meio tempo começou a garoar e minha jaqueta de chuva estava na pizzaria...

Chegando na pizzaria, já sem paciência nenhuma, devolvi a pizza e já ia pegando a próxima entrega, muito bravo (na verdade a expressão seria outra, mas tentarei respeitar o leitor) e fui rispidamente interrompido pelo patrão, que ao invés de me dizer que havia outra entrega pra sair no itinerário, me interpelou acerca dos acontecimentos no Tude Bastos. Isso gerou ainda mais stress, uma resposta mais ríspida ainda de minha parte e um breve bate-boca entre nós. Após algum tempo, conversamos e ele foi honrado e se desculpou. Também me desculpei e tudo ficou bem. O tal cliente, o Sr. Lazarento e família, foi banido e não receberá sua próxima encomenda.

Cheguei em casa tarde pra caramba e pra minha sorte ou talvez já prevendo o que seria esta noite, havia ligado cedo e pedido ao Saldanha que trabalhasse em meu lugar no sábado e no domingo. Por isso, ficarei em casa um pouco mais com a família e, quem sabe, tomarei algumas cervejas pra desestressar.

Esses fatos me fizeram lembrar de uma frase: "Morrem 30 motoboys por dia em São Paulo. Não é castigo. É misericórdia."

E isso conclui uma noite e alguns momentos pra se esquecer. Fique com a quarta historinha do Jackson Five e com meu abraço!


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Terceira Zona

Salve, salve!

Esta noite prometia ser uma maravilha. Boas gorjetas, entregas fáceis e não muito longe... Eis que às 21:00h minha sorte inverteu. Foram 7 entregas SEGUIDAS para bairros da terceira zona. Pra quem não sabe, Praia Grande é dividida em três zonas residenciais. A primeira zona compreende a tudo entre a praia e a Av. Pres. Kennedy. A segunda zona fica entre a Av. Pres. Kennedy e a Via Expressa Sul. A terceira, compreende tudo da Via Expressa Sul em diante e é onde fica a região menos desenvolvida da cidade.

Naturalmente, entregar na terceira zona quase sempre significa que não tem gorjeta e as chances da numeração ser "ligação elétrica" são altas também. Sobretudo no bairro Glória. A numeração das ruas segue sempre uma ordem que corresponde à quantidade de metros onde o endereço está a partir do começo da rua. Quando é ligação elétrica, a casa pode estar em qualquer lugar. Isso torna localizar um endereço uma tarefa hercúlea e um exercício de paciência. Isso quando o infeliz do cliente não resolveu colocar um número simplesmente porque achou bonitinho ou "dá sorte". Se desse mesmo sorte ele já teria se mudado pra alguma cobertura paga com dinheiro da Mega Sena.

Na seção "celebridades" de hoje, figura o Ricardo. é um cabeleireiro que morou algum tempo no prédio onde eu cresci. Gente boa demais. Mas infelizmente pra mim, mora hoje na Vila Sônia, o que o transforma em uma "entrega zica". Mas tudo bem. Fui lá entregar uma pizza pra ele e com satisfação que atendo meus amigos. Mas, cá entre nós, que ele não peça todo dia. Ninguém merece uma entrega por dia com esse destino. E não é nem por ser na já citada terceira zona. Mas é porque é longe pra caramba mesmo.

Mas é isso aí. Me despeço e deixo, mais uma vez, o recado do Jackson Five. Um grande abraço!!!


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Direto do Poeirão

Saudações, blogueiro!!!
Pois é... Esta noite, a seção de "celebridades" do blog contará com a ilustre presença de alguns parentes que estiveram na cidade para um bate-volta. Eu explico. Tenho um tio que é caminhoneiro. Seus dois filhos seguiram o caminho do pai. A filha se casou e acho que hoje é dona-de-casa, Mas não tenho certeza. O tio se chama Carlos, seus filhos são Daniel e Diego e a filha é a Simone. Que se casou com Henry (não sei se é assim porque nunca vi o nome dele escrito, mas escreverei do jeito certo) e têm uma filha. O Diego e o casal com a filha estiveram em Santos descarregando pro Atacadão e vieram recarregar aqui em Praia Grande. Sua carga eram letreiros do Atacadão pra entregar pelo Brasilzão afora. Fiquei sabendo que todos os letreiros do Atacadão, aqueles enormes de ferro que ficam no alto de torres do mesmo material, são feitos aqui na minha cidade e depois distribuídos pelas lojas por todo o país. Legal, né? Mas voltando à visita, assim que chegaram minha prima me ligou pedindo um pouco de hospitalidade e eu disse que logicamente eles poderiam ir até minha casa e tomar um banho e dar uma relaxada antes de seguirem viagem. No final, por não ter como buscá-los e eles não terem como sair e deixar o caminhão sem ninguém, acabou não dando certo. Mas não faltarão oportunidades.
 
 
A noite de entregas, além dessa surpresa, não teve muita novidade. Foi uma boa noite, por sinal. Fiz bastante entregas por se tratar de uma terça-feira. E até ganhei umas caixinhas. Houve um momento em que saí com um itinerário de três entregas. Raríssimo de acontecer ultimamente até mesmo num sábado. O Juninho Bill é quem foi o parceiro da noite e o será por toda a semana. Ele deu um azar de pegar uma entrega que um "Zé Pinguinha" pagou no balcão pra retirar num beco no bairro Glória que dá até medo de passar em frente. Mas ele foi, enquanto fiz as três entregas e se virou legal. ainda bem. Uma vez até trei foto do lugar, de tão feio que era, pras pessoas verem o tipo de local onde temos que nos enfiar só por causa de um taxinha de entrega.
 
 
A parte ruim de fazer bastante entrega é que eu acabo chegando tarde em casa e indo trabalhar no outro dia num bagaço danado. Quando se trabalha de moto, por mais cedo que se chegue, ainda leva um tempo até o cérebro "desacelerar" do stress de pilotar uma moto por aí.
 
 
Mas é isso. Segue mais um episódio do Jackson Five:


 


Um grande abraço!!!

sábado, 3 de dezembro de 2011

O Retorno de Godzilla

Saudações!!!

E não é que, após um bom tempo sem aparecer, a "Menina Godzilla" pediu pizza conosco de novo? E quem foi entregar? Claro que fui eu. Todo cliente que mora longe, que não dá gorjeta, e demora pra retirar a pizza acaba recebendo a entrega de minhas mãos. Não dou sorte nisso...

Menina Godzilla é um apelido "carinhoso" que coloquei em uma moça que pede pizza no bairro Aviação. Ela realmente parece um dinossauro ou algo assim. Demora uma vida pra descer e não diz "alô" ao interfone. Quem chamar lá é que tem que adivinhar que alguém já atendeu. Gorjetas? NEVER! E desce se arrastando, sempre em companhia de algum irmãozinho tão veloz quanto ela.

Mas vamos às entregas. Foram 26. Um recorde, considerando que era sexta-feira e que não estava chovendo. Por falar em chuva, eu esperava uma noite de muita água caindo e, prevendo que usaria a capa de chuva a noite toda ou, pelo menos, boa parte dela, fui de bermuda e camiseta, com um moleton por cima. Mas a chuva não veio e passei um frio danado a noite toda. Se eu tivesse ido de calça jeans e jaqueta, teria chovido. Tenho certeza...

Não houve muitas novidades na noite. Tampouco nenhum cliente ilustre na noite. O destaque ficou o Vico, que não conseguindo alguém pra trabalhar no lugar dele, teve que deixar uma festa de lado e ir à pizzaria. Mas eis que às 22:01 exatamente, ele meteu uma gamelada de que seu pai estaria com o carro quebrado na estrada e teria que ir socorrê-lo. E lá foi ele, minutos depois, embora. Cá entre nós, espero que tenha curtido a festa. Hahaha.

Bom pra quem ficou, exceto que, às 23:00h já não havia mais entregas a serem feitas. Numa situação dessas, o patrão, me liberaria pra ir embora. No entanto, talvez por uma crise de "chefite aguda" ou alguma outra frescura que nem imagino qual seja, ficou lá enrolando e acabei sendo liberado somente às 0:00h aproximadamente. Os sintomas da chefite aguda são: pizzas que normalmente levam 5 minutos para serem assadas passam a levar 15 ou mais (ontem uma entrega de 2 pizzas levou 40 minutos pra ser preparada), desaparecimento súbito do patrão e bate papos sobre coisa alguma que surgem do nada. Claro que não gostei e, na última entrega, fiz mais barulho que um carro de fórmula 1, tanto na ida quanto na volta. É bom pra descarregar a raiva em alguma coisa que não seja em um ser humano. Afinal, descarregar a raiva nos outros pode dar cadeia, como os noticiários mostram todos os dias.

Quem passou um baita perrengue foi o Juninho Bill. Ele foi fazer uma entrega a 200 metros da pizzaria e eu fui ao bairro Forte. Acabei voltando antes dele, porque o cliente largou a carteira no carro e não achava a chave. O lado bom dessa história é Juninho que ganhou R$ 5,00 de gorjeta do esquecidão. Mas eu sei a raiva que dá na hora e ele deve ter ficado muito bravo até receber esse remédio que é a gorjetinha nossa de cada entrega.

E hoje inauguro a seção "Jackson Five". O representante universal dos motoboys. em todas as postagens irei colocar um vídeo dele, a partir de hoje. Confira:


 
E vou ficando por aqui. Sábado e domingo não trabalharei. Por isso, nos vemos novamente na terça-feira. Sempre após as entregas. Um grande abraço.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

É Água Que Não Acaba Mais

Olá!

Quinta-feira choveu. E muuuuito!!! E lá estava eu, com capa de chuva e mochila nas costas, garantindo uns trocados. Pois a chuva não deu um segundo de trégua. Foram várias entregas, apesar de não ter recebido quase nenhuma gorjeta. Nisso foi fraquinho. Mas foram 22 entregas, excelente pra uma quinta feira. Não houve muita novidade quanto a isso. Entregas normais, sem contratempos. A grande maioria foi por perto. Uma novidade boa, pelo menos pra quem anda pelas bandas do Tude Bastos, é que a prefeitura fez uma continuação da Rua Saturnino de Brito, extendendo-a até a Rua João Mendes Júnior. om isso, quem vai pra Rua Maria Luiza Lavalle pelo viaduto da Avenida Guilhermina, ganha algum tempo e asfalto novinho. Hehehe.

Uma coisa engraçada que aconteceu foi que, após uma das entregas, fui colocar a comanda numa churrasqueira que fica na "cocheira dos motoboys" e, devido à chuva, os pernilongos estavam ali no quentinho se protegendo. Eis que, ao me inclinar pra deixar o papel sobre os demais enquanto falava com o Vico, um dos mosquitos achou que minha boca era mais quente do que a churrasqueira e foi parar no fundo de minha garganta. Acabei engolindo ele. Eca! Como sou um otimista por natureza, pensei comigo: "Se ele chupou meu sangue, agora peguei de volta". Hahaha!

Pois é, amigo... quando a gente não engole sapo, engole mosquito. E assim o mundo gira...

Vou ficando por aqui. Um grande abraço!!!